A discografia de um músico é o retrato fiel de suas experiências, pesquisas, estudos e talvez, para a maioria de nós, o resultado evolutivo desse trabalho. A sucessão de CDs é a busca por esse processo evolutivo, onde a cada novo trabalho o músico procura corrigir a sí mesmo, e então revelar seu momento mais atual. É exatamente essa a minha busca. Em RHYTHMIST empreguei tudo aquilo que buscava experimentar, com o uso de instrumentos que passei a estudar e conhecer, com a inclusão de novos parceiros musicais, mas ao mesmo tempo prevalecendo a minha característica como ritmista. Na faixa título - Rhythmist -, por exemplo, useiapenas uma caixa de fósforos, mesmo porque não é necessário um instrumento musical para que se faça ritmo. Isso tem muito a ver com o Brasil e com a música brasileira, uma vez que o povo brasileiro é certamente o mais musical de todos, independentemente de quais sejam os recursos disponíveis para se fazer música. Estou muito feliz com o resultado do trabalho.
O Rhythmist de Sallaberry
Quatorze faixas, dezenove convidados e o quinto CD solo autoral.
Os números são de Rhythmist, título do novo CD do produtor, compositor e baterista Sallaberry, que mais uma vez amplia suas possibilidades musicais envolvendo parceiros mais que competentes. Rhythmist justifica o título, uma vez que Sallaberry excede os ritmos de sua bateria, utilizando também instrumentos como o africano udu, os tradicionais tamborim e o berimbau, além de uma caixa de fósforos, que Sallaberry utiliza para gravar a faixa que dá título ao CD. Afinal, ritmista é aquele que cria ritmos, seja na bateria ou simplesmente numa caixa de fósforos.
Ainda degustando Rhythmist faixa a faixa, é nítido o sabor brasileiro em Blue Moon (Maurício Marques/Sallaberry), Sallameira (Alex Lameira/Sallaberry), Frevo Lascado (Luciano Magno/Sallaberry), Praia do Sino (Beto Di Franco/ Tarcísio Édson César/Sallaberry), Sambalada (Fúlvio de Oliveira/Sallaberry), Spirits Of The Forest (Vicente Palma/Sallaberry), De Trio (Michel Leme/Sallaberry) e Soul Rio (Michel Freidenson/Sallaberry). Para um cardápio mais apimentado, há latinidade em Montecristo (Erik Escobar/Sallaberry) e El Último Abrazo (Fernando Moura/Sallaberry). As insinuantes Hands Up (Sallaberry), Alguém Espera Você (Erik Escobar/Sallaberry) e Sunshine Meetings (Sandro Haick/Sallaberry) são os sinais da busca de Sallaberry por novos caminhos sonoros, resultado de experiências constantes com novos parceiros ou simplesmente solo.
Rhythmist é mais uma produção de Sallaberry, que trouxe como convidados Alex Lameira, Beto Di Franco, Chico Martins, Erik Escobar, Fábio Leandro, Fernando Moura, Fúlvio de Oliveira, Itamar Collaço, Jorge Pescara, Luciano Magno, Maurício Marques, Michel Leme, Michel Freidenson, Rik Andrade, Sandro Haick, Tarcísio Édson César, Vicente Palma, Wilsinho Teixeira e Thaís Sallaberry, filha do baterista. Quem assina a mixagem é o experiente Guilherme Canaes, vencedor de Latin Grammy e responsável por gravar artistas da pesada, como George Benson dentre muitos outros. Rhythmist foi masterizado por Rodrigo Loli.
Rhythmist traz um Sallaberry sem dúvida mais ritmista, mas traz também um produtor e compositor com assinatura sonora inconfundível. Resta conferir.
Sallaberry usa com exclusividade baterias Pearl, pratos Zildjian, baquetas Vic Firth, peles Evans, sistemas Power Click, acessórios RimRiser e GigGrips.
Apoio:Batera Clube e escola EM&T.
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